Soa no ar uma melodia E já posso sentir na pela a maresia Deixar sua assinatura de sal Na cara como uma pintura de cal
Abrindo a janela, o frio a memória esqueceu No momento em que o peito apertado escreveu No vidro gelado a vapor Uma frase perdida de amor
Eu juro Que posso ouvir daqui A espuma da onda dengosa Que enrola na areia antes de adormecer Juro que posso ouvir daqui O som do gingado que faz A Kianda seria no mar Até o amanhecer...
Mesmo aqui, estando o mar tão longe de mim Eu escrevo o meu nome assim Aqui conchas, búzios, gaivotas – não tem Barco atracado na areia – não tem
Camarão dormindo na onda – não tem Ritual sagrado pr'os deuses – não tem Cruzeiro do sul Seis da tarde do sol no azul
Só sei que no chão ficou Escrito como um sinal Na mão bastou Um punhado de sal