Pais falhados, amigos pedrados Não vejo maneira de sair deste buraco Miséria, crime, lixo, bicho Niggas a roubarem para alimentarem vícios Sai da frente, deixa-me passar Eu sou velho delinquente eu não vacilo em disparar Não tenho planos, sou vândalo suburbano Violência, delinquência são o meu quotidiano Hey, bacano, não entres no meu bairro O último pagou caro, foi esfaqueado por causa dum cigarro A velha, Maria Imaculada, Senhora respeitada Foi apanhada levada, julgada Tinha meio quilo de branca em casa debaixo da cama De cana, fecharam a paróquia do Padre Góis Cambada de bois, baptizavam meninos com espermatozóides Uh, António da Rua Aguiar 'tá tão mudado Vi-o sentado no Parque Eduardo Sétimo, no Sábado passado Coitado, o rapaz 'tá tão magro (A dar o rabo p'ra comprar cavalo) (A dar o rabo p'ra comprar cavalo) (A dar o rabo p'ra comprar cavalo) (A dar o rabo p'ra comprar cavalo) É um bonito ofício Tão digno como ser Primeiro Ministro Não tens a gravata, não tens o terno Mas tens o cu para teu governo Credo, eu sou um cidadão do Inferno Á esquerda um preto que me quer assaltar Á direita um branco que me quer explorar Sempre enfrentado os outros, meio pedrado, meio ciente Andando pelas ruas provocando toda a gente Ao virar da esquina aparece a polícia PSP, Porcos Seguem Pretos, vieram-me dizer bom dia (- Faz favor de encostar à parede, tens alguma coisa que te comprometa, nós não te dissemos já que não te queríamos ver aqui? És tu que és o Halloween?) O meu nome é Ali Bábá, tem calma meu Só 'tou á espera da tua mãe mas ela não apareceu (- Oh Jorge, este sacana é engraçado) Começaram-me a espancar, a dar p'ra matar Eu puxei dum cigarro, comecei a fumar Pistola na minha cara, cara bué inchada Algemaram-me à chapada e levaram-me para a esquadra Eu já tinha jantado mas na esquadra serviram-me mais um prato Comi tanto naquela noite que fiquei enjoado Bófia agarrou na folha do meu cadastro Mais porca que o porco do meu padrasto Idade, 16 anos de marginalidade Acusação, ladrão, deram-me ordem de prisão (É a décima vez que a gente se vê Preto do caralho vais dormir no xadrez) Xadrez para mim é uma suíte Paredes com cimento na minha casa não existe, é triste Meteram-me na cela dum travesti magricela Um Tuga agarrado mais conhecido por Cinderela Pediu-me um cigarro disse que morava em Odivelas Era um homem inocente, foi apanhado numa ruela (A dar o rabo p'ra comprar cavalo) (A dar o rabo p'ra comprar cavalo) (A dar o rabo p'ra comprar cavalo) (A dar o rabo p'ra comprar cavalo)
Público, público na esquadra era muito Sempre pensei que era um gajo fodido mas não era o único Ao lado de tanto marginal, eu era um miúdo Putas, drogados, ladrões, chulos Tanta escumalha, tantos gandulos (- Hey senhor guarda vocês não podem prender putos - Shh! Respeito pela farda, faz pouco barulho) Eu conheço este porco, ele chama-se Varela Maldito porco da PSP de Odivelas Uma vez viu-me no parque a fumar a minha wella Apagou-me o charro, fodeu-me uma costela Ah, Varela, felino desgraçado Se apanho o teu focinho eu mando-te com o caralho O porco do teu filho anda na melhor faculdade Com o dinheiro que rouba os dealers na cidade O porco tem um bigode que é sua vaidade Uma moto quatro, e duas casas no Algarve O porco tem um trauma que é segredo A sua ex-mulher fugiu com um ganda preto (- Ahahah - Pouco barulho caralho! Deves 'tar a querer levar mais? - Então senhor guarda? Ahn... Deus