Dobra uma esquina Dobra outra esquina Mais uma esquina E ainda uma outra mais E tu voltou pro mesmo lugar
Sem gasolina Ainda há a buzina Que te azucrina Pressiona internamente A tua cabeça que quer gritar O olho pisca, querendo saltar O lábio sobe, querendo rosnar A veia salta, não vai aguentar
Vitta Eu tô cansado do pra lá e pra cá Eu quero brisa leve Se a vida é faísca Que brilhe devagar
Lucas Se o engraçado às vezes faz doer Eu quero rir com cãibra Até abrir ferida Eu tô por me perder
Tu te ilumina Tomando um uísque com guaraná Cadê a tua mina? Tá com a comanda
Ah, fala demais Fuma demais Bebe demais
Ah, calcula demais Planeja demais E nada demais
Vou ao comício Faço exercícios Mas nem um indício De como eu vou fazer pra ela perceber que se eu pedalo, Ela é a corrente, e perceber que Se eu calo é porque Não sei mais
Se todo vício deixa resquícios Com que artifícios é que eu vou conseguir fazer ela perceber Que, se a medalha é minha, é dela E perceber Que se eu corro abertamente eu vou mais?
Ian Tô junto nessa de querer cantar Um verso com coragem Que sirva de bandagem Pro que se quer curar
Cairá um meio tom sem aviso A conta é tua e o risco É o próprio riso a cantar
Eu dobro a esquina O calor no asfalto marola o ar Procuro a sombra Eu vou de boa
E o mundo vai ficando grave Com todo estorvo, precipício Muro em cima, todo entrave Ah, grave Com todo o estorvo, precipício Muro em cima, todo entrave