Na minha cidade do interior, tudo que chegou, chegou de trem.
Minha mãe olhando p’ra a estação e vendo viagens dentro de mim, desenhou no vento e mais um irmão.
Na minha cidade do interior, p’ra quem morar lá, o céu é lá.
Perto da manhã, na boca do sol, vou da avenida à estação por medo dos pais ou por solidão.
Toda a minha vida eu vi passar, no brilho dos trilhos de um trem que me vêem a parte toda manhã engolindo túneis que a gente tem e que a preguiça ou não, deixou fechar.
Na minha cidade do interior, perto da manhã na boca do sol.