GRÃO DE AREIA
Autor: Esquilo
Tristeza mora comigo
por causa da solidão
eu pareço uma Andurinha
querendo fazer verão.
Uma gota de água doce,
querendo ser ribeirão.
Uma sementa caída,
Querendo ser plantação.
Mas olhando pro deserto,
eu sou apénas um grão.
De areia
um grão
Sou um peixe do cardume,
no mar da imensidão.
Sou uma flor do cerrado,
que nasceu fora da estação.
Quero ser bom capoeira,
e jogar com o coração.
Mas olhando pro deserto
eu sou apénas um grão.
De areia, um grão.
Queria ser o luar,
que ilumina meu sertão.
Ou entao ser uma estrela,
de qualquer constelação.
Hoje eu levo minha vida
com o Berimbau na mão.
Mas olhando pro deserto,
eu sou apénas um grão.
Maior que Deus é ninguém
Que me deu tudo na mão.
Mas nesse mundo tão imenso
Eu sou apénas um grão.
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