O Fruto Dá a Vida (Luís Miguel de Oliveira) Na terra por meus dedos revolvida Plantei teimosamente a minha dor, E por milagre a terra fez-se em flor, A flor, em fruto e o fruto fez-se em vida Teimosamente amei cada nortada que me gelava as mãos na noite fria, e por milagre a noite fez-se em dia, o dia, em sol e o sol, em madrugada. Depois pisaste o mesmo chão que piso, ficámos mansamente lado a lado, e por milagre o meu olhar cansado Viu a esp’rança nascer no teu sorriso.