Tempos antigos, tempos passados Tempo de artistas, tempos mortos que vivi Velhos amigos, velhos pecados Velhas fadistas que eu não vejo agora aqui
Já lá vão todos, já lá vão todas Já lá não falta senão um que espera a vez Foram-se as modas, foram-se os modos Foi toda a malta do meu tempo com vocês
Chorai, chorai Por mim, por mim Rapaz do tempo que lá vai, eu vi no fim Passou, passou Morreu, morreu E deste mundo que acabou, fiquei só eu
Vi as esperas, vi as toiradas Pegas e tudo no bom estilo português Vi as galeras, vi as cegadas O velho entrudo com bisnagas e chéchés
Vi a avenida com luminárias Toda empredadda a preto e branco sem métro Coisas da vida, extraordinárias O agora é nada ao pé de tudo o que findou