Das feridas que a pobreza cria Sou o pus Sou o que de resto restaria Aos urubus Pus por isso mesmo este blusão carniça Fiz no rosto este make-up pó caliça Quis trazer assim nossa desgraça à luz
Sou um punk da periferia Sou da Freguesia do Ó Ó Ó, aqui pra vocês! Sou da Freguesia
Ter cabelo tipo índio moicano Me apraz Saber que entraremos pelo cano Satisfaz Vós tereis um padre pra rezar a missa Dez minutos antes de virar fumaça Nós ocuparemos a Praça da Paz
Sou um punk da periferia Sou da Freguesia do Ó Ó Ó, aqui pra vocês! Sou da Freguesia
Curto lixo, eu...transo porcaria Tenho dó Da esperança vã da minha tia Da vovó Esgotados os poderes da ciência Esgotada toda a nossa paciência Eis que esta cidade é um esgoto só
Sou um punk da periferia Sou da Freguesia do Ó Ó Ó, aqui pra vocês! Sou da Freguesia