Os anos foram passando cegos Por entre água e terra, descampados e montes Ia morrendo lentamente
Quando aquele Inverno enviuvou, tombei num algar de tristeza Foram anos assim, sozinho aqui…
Lembranças que me ferem os olhos Imagens repletas de nostalgia Esfaqueei as memórias até ao osso Desabafo nas paredes gastas que me cercam
A Lua tece da sua macabra magia Reflecte pela janela os vultos do costume
Desabo na negra imensidão A salvação para um ser degradado por memórias Vivências que secaram Que desejava que não tivessem sido vividas
Estava uma noite fria como esta Quando decidi olhar para a luz ofuscante E vi no candelabro a Morte no meu encalço Tudo falece perto de mim…
Sentimentos de outra Era São eles que respiram por mim São eles que estão cravados no meu ser São a dor de viver e o desejo de Morrer Sempre que vir luz, saberei… Que um dia ela virá por mim
Estava uma noite fria como esta Quando decidi olhar para a luz ofuscante E vi no candelabro a Morte no meu encalço Tudo falece perto de mim…