Quis dar-te o mundo e acabei, por dar-te quase nada Amarrotado o peito que fizeste de almofada Talvez até desligues e nem ligues à chamada Mas mais vale uma cara triste, do que haver duas caras trancadas
Esta vida foi uma escada, só desce ou sobe Nas alturas complicadas apareces, ou somes Dizes que eu não apareci, talvez tenhas razão Desculpa adormeci, o que conta é a intenção
E já nem sigo o coração só porque o meu rebobina Tentei até trocar de cor mas tu e eu não combina Mas querida, nunca foi a meu favor que no teu peito neva Não sei se é o meu interior mas sei que alguém me leva
E eu posso ser esquecido ou não me ter lembrado Mas eu sei bem quem me deve e se me deve é quase dado Contrário sempre foi caminho errado E não nascemos para sofrer nem para viver contrariados
E se vires que não queres, ou se eu disser que não dá Se tu vires que não queres, ou se eu disser que não dá Eu não te vou dizer adeus, mas eu vou cá estar para os meus Porque se eu cá não estiver, diz-me fofa quem estará
Passas dia atrás de dia com o teu lenço no sofá Ficas amarrada ao choro, e eu vou daqui para acolá Para voltar ao mesmo não, nem com nenhuma condição Alguma coisa não condiz, desculpa querida mas não dá
Querida já não dá
Não dá para continuar ou para avançar com os pés inchados Se até mesmo deitados estamos a tropeçar Talvez nem penses muito no assunto e acabes por ter um puto E lhe dês o nome que eu lhe queria dar
E não é só inventar uma desculpa, a aprendizagem não resulta Se eu acabo a voltar para o recreio E usamos tantas vezes a palavra sem saber que o amo-te É uma palavra que tem um traço no meio
E agora o que é que eu faço se eu não estou contigo? E talvez já nem valha a pena mas À noite eu quero dormir e querida eu não consigo Querida atende o meu telefonema
Eu sei que a história é sempre a mesma mas Fomos só mais uma linha que acabou por se tornar num novelo E eu talvez deva merecê-lo Ver bazar uma princesa que agora virou modelo