Pus o meu sonho num navio
E o navio em cima do mar,
Depois, abri o mar com as mãos,
Para o meu sonho naufragar.
Minhas mãos ainda estão molhadas
Do azul, do azul das ondas
Entreabertas e a cor que escorre de meus dedos
Colore as areias desertas.
O vento vem vindo de longe,
A noite se curva de frio,
Debaixo da água vai morrendo
O meu sonho, vai morrendo dentro de um navio.
Chorarei quanto for preciso
Para fazer com que o mar cresça;
E o meu navio chegue ao fundo
E o meu sonho desapareça.
Depois tudo estará perfeito:
Praia lisa, ondas ordenadas,
Meus olhos secos, como pedras
E as minhas duas mãos quebradas...
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