São negros os meus queixumes, são tão longos e tão breves os longos olhos distantes, dos amigos dos amantes, e outros tantos nunca antes vistos; são discursos, são ministros sinistros são quem são, afinal?
Quanto tempo, quanto tempo a esperar a hora, quanto tempo mais, meu amor, meu povo à beira mar e cal, basta de lamento Viva Portugal, viva Portugal.
Esta noite vou cobrir-me como o xaile de minha mãe que já morreu, a mesma hora acender o braseiro e rezar e cantar com a voz que Deus me deu:
"Ai Mouraria da velha rua da Palma, onde eu um dia deixei presa a minha alma"
Quando a hora tardía chegar, todas as coisas vão mudar de lugar para sempre a teu lado meu amor, meu amor meu país
Minha mãe, minha avó minha raíz minha mãe, minha avó minha matriz meu só-li-dó meu filho que quis
Sonhos de alvoroços na madrugada em espuma desfaço-me teus pés, meu Graal Viva Portugal, o meu Porto do Graal.