P'ró que der e vier (António Pedro Braga - Fausto)
Tenho a cabeça espetada entre a noite e a madrugada. Tenho um braço deitado entre o perfeito e o enjeitado. E um canhão apontado para qualquer lado enfeudado. Venha lá quem quiser estou p’ró que der e vier.
De manhã mal acordado, de noite pouco ensonado. Para a aventura que teço encontro os dias do avesso. Na terra do perder Deus é dinheiro Diabo é não o ter. Seja homem ou mulher estou p’ró que der e vier.
Dia a dia num aperto que mais parece um deserto. No descalabro do medo mal se levanta um dedo. Aconteça o que acontecer não temos nada a perder, dê no que vier a dar assim não podemos ficar.
Hei-de ser a barricada, arma, fogo, despedida. Hei-de ser ferro forjado, dia e noite amor calado. Hei-de ser punho cerrado e ternura docemente e haja lá o que houver estou p’ró que der e vier.