De frente à minha porta passa um homem devagar, dizem dele é bom moço tem o mundo no andar. Espreito à janela só para o espiar, de casaca apertada calça engomada, chapéu coco de pensar. Tem a fome no olhar Vou fechar a minha porta, resistir. Vou fechá-la a sete chaves, resistir. Tenho a fome no olhar. O estrangeiro que me atenta é mistério que me afronta, é o peito ofegante palpitação suada, vou lavar a roupa ao tanque esquecer-me desse que habita os meandros da lascívia, luxúria. Ah tentação nem sabia que existia em mim tal coisa, tentação de deixar a porta aberta, mal falada, descoberta. Que me leve desta terra nem tem água nem erva, e o gado morre à sede Esta sede Tanta sede Leva-me desta aridez Quero um fruto tropical Quero ir ao pantanal como vejo na tv como vejo na tv Quero um fruto tropical Quero ir ao pantanal como vejo na tv como vejo na tv Ah tentação Nem sabia que existia em mim tal Nem sabia que existia em mim tal