Éramos uma pá de apocalípticos, De meros hippies, com um falso alarme... Economistas, médicos, políticos Apenas nos tratavam com escárnio.
Nossas visões se revelaram válidas, E eles se calaram mas é tarde. As noites tão ficando meio cálidas... E um mato grosso em chamas longe arde
O verde em cinzas se converte logo, logo...
É fogo! é fogo!
Éramos uns poetas loucos, místicos Éramos tudo o que não era são; Agora são com dados estatísticos Os cientistas que nos dão razão.
De que valeu, em suma, a suma lógica Do máximo consumo de hoje em dia, Duma bárbara marcha tecnológica E da fé cega na tecnologia?
Há só um sentimento que é de dó e de Malogro...
É fogo... é fogo...
Doce morada bela, rica e única, Dilapidada só como se fôsseis A mina da fortuna econômica, A fonte eterna de energias fósseis,
O que será, com mais alguns graus celsius, De um rio, uma baía ou um recife, Ou um ilhéu ao léu clamando aos céus, se os Mares subirem muito, em tenerife?
E dos sem-água, o que será de cada súplica, De cada rogo
É fogo... é fogo...
Em tanta parte, do ártico à antártida Deixamos nossa marca no planeta: Aliviemos já a pior parte da Tragédia anunciada com trombeta.