Perdoai-me se este fado e feito com Libertades poeticas Não e tanto pela rima ou pelo som Nem p'las frases assimétricas É apenas que o ciúme violento Que tanta vez o fado canta Neste fado e so um lume Bem mais lento, bem mais brando Aveludando a garganta
Eu não quis por neste fado um novo som Nem libertades poéticas Dá-me a entrada, guitarista, da-me o tom Teu estilo é minha estetica Não porei na minha voz nem um lamento Se soubessem do meu fado Meu amor deixou-me um dia Pus a mão na laje fria Dei-o assim por enterrado
Mas não ha fado que não seja feito com Libertades poéticas Sem buscar na diferença o mesmo com E o sentir outra métrica E por isso ainda que triste esta alegria Acompanha o meu trinado Bate as horas ao meio dia Faz-me boa companhia Pr’a noite cantar o fado
Perdoia-me se este fado e feito com Libertades poéticas Não e tanto pela rima ou pelo som Nem pelas frases assimétricas
Meu ouvido corre aberto pelas ruas Que será do meu amado Não me deixa esta amargura É mais leve que a locura E só por isso canto o fado