Hoje não tem dança Não tem mais menina de trança Nem cheiro de lança no ar Hoje não tem frevo Tem gente que passa com medo E na praça ninguém pra cantar Me lembro tanto E é tão grande a saudade Que até parece verdade Que o tempo inda pode voltar
Tempo da praia de ponta de pedra Das noites de lua, dos blocos de rua Do susto é carreira na caramboleira Do bomba-meu-boi Que tempo que foi Agulha frita, munguzá, cravo e canela Serenata eu fiz pra ela Cada noite de luar
Tempo do corso, na Rua da Aurora É moço no passo Menino e senhora do bonde de Olinda Pra baixo e pra cima Do caramanchão Esqueço mais não E frevo ainda apesar da quarta-feira No cordão da saideira Vendo a vida se enfeitar