Ernesto Nazareth Composição: Ernesto Nazareth e Ubaldo Sciangula
Ai, quem me dera o meu chorinho Tanto tempo abandonado E a melancolia que eu sentia Quando ouvia Ele fazer tanto chorar Ai, nem me lembro Há tanto, tanto Todo o encanto de um passado Que era lindo, era triste, era bom Igualzinho a um chorinho Chamado Odeon.
Terçando flauta e cavaquinho Meu chorinho se desata Tira da canção do violão Esse bordão Que me dá vida, que me mata É só carinho, o meu chorinho Quando pega e chega Assim devagarzinho Meia-luz, meia-voz, meio tom Meu chorinho chamado Odeon.
Ah, vem depressa Chorinho querido, vem Mostrar a graça Que o choro sentido tem Quanto tempo passou Quanta coisa mudou Já ninguém chora mais por ninguém Ah, quem diria que um dia Chorinho meu, você viria Com a graça que o amor lhe deu Pra dizer “não faz mal Tanto faz, tanto fez Eu voltei pra chorar com vocês”
Chora bastante meu chorinho Teu chorinho de saudade Diz ao bandolim pra não tocar Tão lindo assim Porque parece até maldade Ai, meu chorinho Eu só queria Transformar em realidade A poesia Ai, que lindo, ai, que triste, ai, que bom De um chorinho chamado Odeon.
Chorinho antigo, chorinho amigo Eu até hoje ainda percebo essa ilusão Essa saudade que vai comigo E até parece aquela prece Que sai só do coração Se eu pudesse recordar E ser criança Se eu pudesse renovar Minha esperança Se eu pudesse me lembrar Como se dança Esse chorinho Que hoje em dia Ninguém sabe mais.
Chora bastante meu chorinho Teu chorinho de saudade Diz ao bandolim pra não tocar Tão lindo assim Porque parece até maldade Ai, meu chorinho Eu só queria Transformar em realidade A poesia Ai, que lindo, ai, que triste, ai, que bom De um chorinho chamado Odeon.