Vento,que vem das esquinas De ruas vazias,de um céu interior Alma,de flores quebradas Cortinas rasgadas Papéis sem valor. Vento,que varre os segundos Num canto do mundo Que fundo não tem Leva,um beijo perdido Um verso bandido Um sonho refém Que eu não possa ler Nem desejar Que eu não possa,imaginar Ó vento que vem,pode passar E ventar fora de mim,outro lugar Vento que dança nas praças Que quebra as vidraças do interior Alma que arrasta correntes Que força os batentes, Que zomba da dor Vento,que joga na mala Os móveis da sala,e a sala também Leva,um beijo bandido Um verso perdido Um sonho refém Que eu não possa ler,nem desejar Que eu não possa,imaginar Ó vento que vem,pode passar E ventar fora de mim,outro lugar.