Антонио Карлос Жобим. Муча & Антонио Карлос Жобим.
O que sera que me da Que me bole por dentro, sera que me da Que brota a flor da pele, sera que me da E que me sobe as faces e me faz corar E que me salta aos olhos a me atraicoar E que me aperta o peito e me faz confessar O que nao tem mais jeito de dissimular E que nem e direito ninguem recusar E que me faz mendigo, me faz suplicar O que nao tem medida, nem nunca tera O que nao tem remedio, nem nunca tera O que nao tem receita
O que sera que sera Que da dentro da gente e que nao devia Que desacata a gente, que e revelia Que e feito uma aguardente que nao sacia Que e feito estar doente de uma folia Que nem dez mandamentos vao conciliar Nem todos os unguentos vao aliviar Nem todos os quebrantos, toda alquimia Que nem todos os santos, sera que sera O que nao tem descanso, nem nunca tera O que nao tem cansaco, nem nunca tera O que nao tem limite
O que sera que me da Que me queima por dentro, sera que me da Que me perturba o sono, sera que me da Que todos os ardores me vem aticar Que todos os tremores me vem agitar E todos os suores me vem encharcar E todos os meus nervos estao a rogar E todos os meus orgaos estao a clamar E uma aflicao medonha me faz implorar O que nao tem vergonha, nem nunca tera O que nao tem governo, nem nunca tera O que nao tem juizo