A viatura foi chegando devagar E de repente, de repente resolveu me parar Um dos caras saiu de lá de dentro Já dizendo, ai compadre, cê perdeu Se eu tiver que procurar cê ta fodido Acho melhor cê i deixando esse flagrante comigo No início eram três, depois vieram mais quatro Agora eram sete os samurais da extorsão Vasculhando meu carro, metendo a mão no meu bolso Cheirando a minha mão
De geração em geração Todos no bairro já conhecem essa lição
E eu ainda tentei argumentá Mas, tapa na cara pra me desmoralizar Tapa, tapa na cara pra mostra quem é que manda Porque os cavalos corredores ainda estão na banca Nesta cruzada de noite, encruzilhada Arriscando a palavra democrata Como um santo graal Na mão errada dos hômi Carregada em devoção
De geração em geração Todos no bairro já conhecem essa lição
O cano do fuzil Refletiu o lado ruim do Brasil Nos olhos de quem quer E quem me viu, único civil Rodeado de soldados Como seu eu fosse o culpado No fundo querendo estar A margem do seu pesadelo Estar acima do biótipo suspeito Nem que seja dentro de um carro importado Com um salário suspeito Endossando a impunidade A procura de respeito
(Mas nesta hora) só tem (sangue quente) Quem tem (costa quente, quente, quente) Só costa quente, pois nem sempre é inteligente (Peitar) peitar, peitar (um fardado alucinado) Que te agride e ofende (pa te levar, levar, levar) Pra te levar alguns trocados (diz aê) Pra te levar, levar, levar Pra te levar alguns trocados (segue a mão)
Era só mais uma dura Resquício de ditadura Mostrando a mentalidade De quem se sente autoridade Nesse tribunal de rua Nesse tribunal Nesse tribunal de rua