Nesse mundo camará Mas não há mas não há Mas não há quem me mande Eu só sei obedecer Se mandar Se mandar são bento grande É de angola é de angola é de angola De angola de angola de angola
Meu avô já foi escravo Mas viveu com valentia Descumpria a ordem dada Agitava a escravaria Vergalhão, corrente, tronco Era quase todo dia Quanto mais ele apanhava Menos ele obedecia
Quando eu era ainda menino O meu pai me disse um dia A balança da justiça Nunca pesa o que devia Não me curvo a lei dos homens A razão é quem me guia Nem que seu avo mandasse Eu não obedeceria
Esse mundo não tem dono E quem me ensinou sabia Se tivesse dono o mundo Nele o dono moraria Como é mundo sem dono Não aceito hierarquia Eu não mando nesse mundo Nem no meu vai ter chefia