Vem na batida do tambor Voltar na memória de um griô Fala cansada, mãos calejadas Ouça menino beija-flor Ceiba árvore da vida Raízes na verde imensidão Na crença de tribos antigas Força incorporada nesse chão O invasor singrou o mar, Partiu em busca de riquezas E encontrou nesse lugar Novas índias, outras realezas Destino trocado, tratado se faz Marejam os olhos dos ancestrais
Nego canta, nego clama liberdade Sinfonia das marés saudade Um africano rei que não perdeu a fé Era meu irmão, filho da guiné
Formosa divina ilha testemunha dos grilhões Eu vi a escravidão erguer nações Mas a negritude se congraça A chama da igualdade não se apaga Olha a morena na roda e vem sambar Na ginga do balelé, cores no ar Dessa mistura eu faço Carnaval! Canta Guiné Equatorial!
Criança, levanta a cabeça e vai embora O mar que trouxe a dor, riqueza aflora Tens uma família agora Quem beija essa flor não chora
Sou negro na raça, no sangue e na cor Um guerreiro beija-flor Óh minha deusa soberana Resgata sua alma africana