Pé ante pé na noite fechada Fareja a presa a hiena esfomeada Dos olhos escapa um brilho cruel Matar a fome é o seu papel
O comboio de jeeps avança pelo trilho Trazendo armas prontas fixas no tejadilho
Uma cor de sangue o sol derrama Enquanto nasce Enquanto nasce o horror Na terra africana
Num fechar de olhos cercam a aldeia Lobos à caça na sua alcatéia As gentes fogem ainda estremunhadas Rapidamente são apanhadas
Não há quem lhes escape Não há quem resista São os Senhores da Guerra Essa raça maldita Procuram prazer num jogo mortal Ficamos sem saber Quem é o homem, quem é o animal
Quem é quem Nesta selva sangrenta Quem é quem Neste dia violento Quem é quem Deixando um rasto com um toque de dor Quem é quem Por aqui passaram os filhos do ditador
Filhos sem pai de uma mãe esfomeada A lei do mais forte é lhes sempre aplicada As balas foram as suas primeiras letras As facas do mato as suas canetas Com elas escrevem uma história de terror Com brasas, cobre e gritos de dor
Quem é quem Pergunta a hiena Prevendo o sangue A correr nesta arena
Quem é quem Nesta selva sangrenta E a milícia de sangue sedenta Quem é quem Neste dia violento Mulheres e crianças são o seu alimento Quem é quem Deixando um rasto com um toque de dor Quem é quem Por aqui passaram os filhos do ditador