Lisboa menina e moça (J.C.Ary dos Santos – P.de Carvalho) No Castelo ponho o cotovelo Em Alfama descanso o olhar E assim desfaço o novelo De azul e mar. À Ribeira encosto a cabeça Almofada da cama do Tejo Com lençóis bordados à pressa Na cambraia de um beijo. Lisboa menina e moça, menina Da luz que os meus olhos vêem, tão pura Teus seios são as colinas, varina Pregão que me traz à porta, ternura. Cidade a ponto luz, bordada Toalha à beira-mar, estendida Lisboa menina e moça, amada Cidade mulher da minha vida. No Terreiro eu passo por ti Mas da Graça eu vejo-te nua Quando um pombo te olha sorri És mulher da rua. E no bairro mais alto do sonho Ponho o fado que soube inventar Aguardente da vida e medronho Que me faz cantar. Lisboa menina e moça, menina Da luz que os meus olhos vêem, tão pura Teus seios são as colinas, varina Pregão que me traz à porta, ternura. Cidade a ponto luz, bordada Toalha à beira-mar, estendida Lisboa menina e moça, amada Cidade mulher da minha vida. Lisboa no meu amor, deitada Cidade por minhas mãos, despida Lisboa menina e moça, amada Cidade mulher da minha vida.