Coisas que a gente se esquece de dizer Frases que o vento vem as vezes me lembrar Coisas que ficaram muito tempo por dizer Na canção do vento não se cansam de voar Você pega o trem azul O sol na cabeça o sol pega o trem azul Você na cabeça O sol na cabeça
A notícia que se espalhou pelo Brasil chegou a mim pela voz de uma amiga no Rio de Janeiro, onde eu trabalhava na sucursal carioca da revista Isto É. Ninguém queria acreditar, mas infelizmente, nada pode ser desmentido: às 12 horas da manhã daquela terça-feira, 19 de janeiro de 1982, os médicos do Hospital das Clínicas de São Paulo declararam Elis Regina oficialmente morta.
Exatamente hoje, 25 anos após o trágico acontecimento, ainda me emociona a reação do povo brasileiro diante da morte de sua maior cantora. Ao chegar ao teatro Bandeirantes, onde seu corpo foi velado por toda a noite, me deparei com uma multidão do lado de dentro e do lado de fora, formando uma fila quilométrica pela Avenida Brigadeiro Luis Antônio.
Gente do povo, gente humilde que possivelmente nunca chegou a vê-la de perto. Porém, pelo que compreendi naquele e em outros momentos, a adorava de longe. Do mesmo palco onde apresentara durante 14 meses o seu maior sucesso, o show Falso Brilhante, o corpo de Elis foi levado ao cemitério do Morumbi, a quilômetros de distância dali e uma outra multidão que se formou ao longo do trajeto prestou sua última homenagem à cantora.